segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um nojo

Após tantas contradições e reviravoltas torna-se difícil perceber o que se passa em redor de Stanley Ho. Mas  uma coisa é certa. A forma como se estão a aproveitar do estado debilitado do magnata do jogo é execrável e revela bem como certas pessoas fazem tudo por dinheiro. Uma tristeza

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O MIstério dos Juros


"É sabido que Cavaco Silva nunca se engana e raramente tem dúvidas. Por isso não se enganou decerto quando anunciou aos portugueses (e também decerto sem ter qualquer dúvida sobre isso) que, se houvesse segunda volta nas eleições presidenciais, uma apocalíptica "subida das taxas de juros" iria desabar sobre "empresas e famílias".
É certo que Cavaco não disse preto no branco que, não havendo segunda volta, os juros desceriam ou se manteriam. Mas deu-o a entender (preto no branco), e como qualquer pessoa tem que nascer duas vezes para ser tão sério quanto Cavaco, Cavaco não o daria a entender se não fosse verdade. Por isso, e para lhe agradecerem o aviso, é que "empresas e famílias" o elegeram no domingo uma absolutíssima maioria de 23% do total de eleitores.
Daí que agora não compreendam como é que, três dias depois de, como Cavaco pediu, o terem eleito à primeira volta, os juros da dívida pública continuam a ir olimpicamente por aí acima, "citius, altius, fortius", tendo ontem chegado no mercado secundário à bonita taxa de 7,119%.
Talvez Cavaco se tenha esquecido de dizer aos mercados que podem regressar aos quartéis porque não haverá segunda volta. Ou talvez ande ocupado a tentar saber os "nomes daqueles que estão por detrás" da "campanha de calúnias, mentiras e insinuações" contra si e ainda não tenha tido tempo de telefonar aos mercados.
Mas que urge que Cavaco faça alguma coisa, urge."

Manuel António Pina no JN

Uma pergunta

Alguém acredita nas patéticas declarações de Carlos Silvino? Parece-me uma óbvia fantochada

Jornalismo de carneirada

Li ontem em várias publicações on line, uma pseudo-notícia, segundo a qual o dia 24 de Janeiro seria o dia mais deprimente do ano de acordo com um estudo científico de determinada pessoa.
Pois bem, o dito estudo não passa afinal de um golpe publicitário que foi desmascarado em 2008 mas que inexplicavelmente voltou a ser notícia este ano.
Será que nem se dão ao trabalho de verificar o que publicam?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Certeiro

"Eu é que era o miúdo que não me sabia comportar, que não sabia lidar com a pressão e, afinal, o graúdo faz figuras piores"

"Registo apenas com curiosidade a discrepância na análise destes actos relativamente àquilo que se passou nas minhas duas expulsões. É uma diferença brutal nas opiniões dadas".

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Nome da Criança



Não resisto a deixar aqui o vídeo do hit do momento.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Grande Cavaco

A última patacoada do senhor Silva foi relacionar uma eventual segunda volta com o aumento das taxas de juro. É impressionante como alguém que se diz de uma honestidade a toda a prova e um expert em finanças, consegue proferir afirmações demagógicas e mentirosas deste calibre.

O facto de este senhor se preparar para ser reeleito apenas porque as restantes opções são muito más, diz bem do estado da democracia portuguesa

Nós e eles

"Enquanto prevalecer a cultura do 'eles' (os responsáveis por todos os males) e 'nós' (as inocentes vítimas deles), vai ser muito difícil convencer os portugueses de que não há vida para a frente com a vida que levamos. Esta manhã, num quiosque de jornais, um exaltado cidadão interpelou-me com a manchete do "Diário de Notícias" em punho: "Veja lá esta vergonha! Cada português vai pagar este ano 3240 euros de impostos!" Perguntei-lhe quanto é que ele pagava habitualmente de IRS, mas não me quis responder, pelo que lhe disse: "Não se preocupe com essas notícias nem com os cartazes do Bloco de Esquerda: você vai pagar o mesmo que já paga; vai é haver alguém a pagar isso e mais do que isso, para pagar por si também". Ele olhou-me, como se eu fosse estúpido. E sou. Imaginei que ele pudesse suspeitar que o dinheiro do Estado vem do bolso dos contribuintes, de alguns outros que caminham na rua ao lado dele."


Excerto da crónica de Miguel Sousa Tavares no Expresso

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Previsível

Nos últimos anos, o Governo e as associações locais têm adoptado uma postura ultra-protectora dos trabalhadores residentes, impondo mil e uma restrições à importação de trabalhadores não-residentes como se estes fossem o demónio.
Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso preveria que com a prevista construção e abertura de numerosos complexos turísticos, as empresas iriam sentir grandes dificuldades em funcionar normalmente se não fossem aligeiradas as restrições .
Mas ignorando tudo isto, as autoridades locais quais irredutíveis gauleses, continuam a bater no mesmo discurso ridículo e gasto, ignorando a escassez de mão de obra local e as suas baixas qualicações
Como resultado, foi noticiado que o novo resort do Galaxy provavelmente não abrirá na data prevista e esperemos para ver o que sucederá aos outros empreendimentos previstos.
A diversificação económica segue dentro de momentos...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sinal dos tempos

Ver Portas a apoiar Cavaco depois dos mimos trocados na época do Independente prova que o velho ditado" nunca se deve dizer nunca" é infalível.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A fera

Confesso que gostava de conhecer aquela apresentadora que aparece nos noticiários da Coreia do Norte, sempre com uma expressão furiosa, parecendo estar com vontade de  espancar o primeiro que lhe aparecer  pela frente

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Krugman

"Quando ouviu as terríveis notícias do Arizona foi inteiramente apanhado de surpresa? Ou a um certo nível já esperava uma atrocidade assim?

Eu incluo-me na segunda categoria. Desde o fim da campanha de 2008 que sinto um aperto no estômago. Lembro-me do renascimento do ódio político depois da eleição de Clinton em 1992 - renascimento esse que culminou no atentado de Oklahoma. E bastava observar os ajuntamentos McCain-Palin para percebermos que podia voltar a acontecer. O Departamento de Segurança Interna chegou à mesma conclusão: em Abril de 2009 um relatório interno avisava que o extremismo político de direita estava a crescer, e o potencial de violência também ia em crescendo.

Os conservadores denunciaram o relatório, mas ali estava, nos factos, a vaga crescente de vandalismo contra ocupantes de cargos eleitos, incluindo tanto o juiz John Roll, morto no sábado, como a congressista Gabrielle Giffords. Estava-se mesmo a ver que um destes dias alguém acabaria por levar o processo até ao nível seguinte. Foi o que aconteceu.

É verdade que o atirador do Arizona parece sofrer de perturbações mentais, mas isso não significa que este acto possa ou deva ser tratado como um acontecimento isolado, sem nada que o ligue ao clima nacional.

Na Primavera passada, o Politico.com noticiou um ressurgimento das ameaças a membros do Congresso, que já tinham subido 300%. Uma certa percentagem dos indivíduos por trás destas ameaças tinha um passado de doenças mentais - mas qualquer coisa no estado actual da América tem levado mais pessoas perturbadas a reagir ao ambiente que as rodeia com ameaças ou mesmo com acções de violência política.

E não há grandes dúvidas em relação ao que mudou. Como disse Clarence Dupnik, o xerife responsável por investigar o tiroteio no Arizona, é a "retórica vitriólica que ouvimos todos os dias na rádio e na televisão". A grande maioria dos que são expostos a ela não chega ao ponto de tomar medidas violentas, mas há sempre alguns que acabam por ultrapassar os limites.

É importante que sejamos claros quanto à natureza da nossa doença. Não se trata de uma falta geral de "civilidade", a palavra principal dos especialistas que querem negar a existência de conflitos políticos fundamentais. A cortesia pode ser uma virtude, mas há uma grande diferença entre não ter maneiras e fazer apelos puros e simples à violência; insultar não é o mesmo que incitar.

O que quero dizer é que na democracia há lugar para as pessoas que ridicularizam e acusam os que discordam delas; o que não há é para a retórica eliminacionista, para as sugestões de que os que se encontram do outro lado do debate político devem ser eliminados seja por que meio for.

É a saturação do nosso discurso político - e em especial das ondas de teletransmissão - de retórica eliminacionista que está por trás da vaga crescente de violência.

Onde tem origem a retórica venenosa? Não vale a pena perder tempo a fingir que temos de pensar muito para descobrir: vem, maioritariamente, da direita. É difícil imaginar um congressista democrata a incitar os seus eleitores a tornar-se "armados e perigosos" sem ser ostracizado; no entanto, a republicana Michele Bachmann, que o fez, é uma estrela em ascensão no velho partido da direita americana.

Nos media o contraste também é grande. Basta ver os programas de Rachel Maddow ou Keith Olbermann para ouvir comentários cáusticos e piadas contra os republicanos. No entanto, não se ouvem piadas sobre dar tiros a responsáveis governamentais ou decapitar jornalistas do "The Washington Post". Ouça Glenn Beck ou Bill O''Reilly e já ouve coisas desse tipo.

Como é evidente, gente como Beck e O''Reilly está a responder à procura popular. Talvez os cidadãos de outras democracias estejam surpreendidos com a maneira como os esforços de presidentes moderadamente liberais para melhorar os serviços de saúde são recebidos com acusações de tirania e incitações à resistência armada. Porém, é o que acontece cada vez que um democrata ocupa a Casa Branca, e há um mercado para quem estiver na disposição de inflamar essa raiva.

O ódio até pode ser o que muita gente quer, mas isso não desculpa aqueles que se aproveitam dessa tendência, que deviam ser olhados de lado por qualquer pessoa decente.

Infelizmente, isso não tem acontecido. Os fornecedores de ódio têm sido tratados com respeito, até com deferência, pelo aparelho republicano. Nas palavras de David Frum, que escrevia discursos para o presidente Bush: "Os republicanos começaram por pensar que a Fox trabalhava para eles e agora estão a descobrir que eles é que trabalham para a Fox." 

Quererá isto dizer que o massacre do Arizona vai contribuir para moderar o tom do nosso discurso político? Tudo depende dos líderes do Partido Republicano. Estarão dispostos a encarar o que está a acontecer nos Estados Unidos e a tomar medidas contra a retórica eliminacionista? Ou vão fazer de conta que tudo não passou do acto de um tresloucado e continuar como antes? Se o que aconteceu no Arizona promover um exame de consciência, talvez venha a revelar-se um ponto de viragem. Se não, a atrocidade de sábado pode ser só o princípio."



Paul Krugman no i


Comentário: Eis a crónica que tanto enfureceu os imbecis da Fox News. Krugman tem toda a razão no que escreve por muito que custe aos Becks e aos  O´Reillys.

O Anti-sistema

Quem ouve Cavaco a falar e não o conhece, pensa que ele nunca foi primeiro ministro durante 10 anos ou Presidente da República nos últimos 5 anos, dada a forma como se pretende descolar da classe dos políticos profissionais, como lhes chamou recentemente.
Será que ele foi um político em part-time durante este tempo todo?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Inacreditável


"Centenas de pessoas reuniram-se ontem, quinta-feira, no centro de Cantenhede para manifestar solidariedade e apoio a Renato Seabra, suspeito do homício de Carlos Castro, e à sua família." In JN 



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Capitalismo sem remissão

 "Governo hesita em injectar mais 500 milhões de euros no cadáver chamado BPN. A hesitação do Governo tem razão de ser: se lá meter mais €500 milhões, sabe que são mais €500 milhões roubados aos contribuintes e sem recuperação possível. Mas, se não meter lá mais estes €500 milhões, terá de declarar a falência do banco e aí os 4800 milhões de euros que a Caixa Geral de Depósitos lá tem espetados em troca de activos que nada valem terão de ser considerados perdidos e levados à conta do défice do ano que vem. Ora, se pensarmos que em 2011 o Governo se propõe conseguir cortar 5700 milhões de euros nas suas contas para atingir o anunciado défice de 4,7% do PIB, é fácil perceber o efeito devastador que será ter de assumir de uma vez só os custos da aventura do BPN: em vez de 4,7% de défice estaríamos a falar de qualquer coisa à roda dos 9% - o fim de qualquer ilusão.
A alternativa, tentada, seria vender o BPN, mas, obviamente, ninguém o quis comprar. Como se viu agora, o banco só consegue flutuar com sucessivas injecções de capital; os seus 300.000 clientes só se mantêm lá porque o banco está nacionalizado e tem a garantia do Estado; e os seus 250 balcões não são suficientemente atractivos para compensar o péssimo good will do nome BPN. Imaginando que para manter o BPN a funcionar chegariam €500 milhões por ano (o que é uma piedosa ficção), mesmo assim isso significaria que para defender cada um dos postos de trabalho dos seus 1800 trabalhadores são precisos cerca de 270.000 euros por ano, fora ordenados e tudo o resto. Resumindo uma triste história, o BPN só continua de portas abertas porque a alternativa teria custos contabilísticos com uma repercussão externa mortal.
É incrível pensar que tantas coisas decisivas para o país, para a vida concreta de todos nós, dependem do desfecho a dar a um negócio bancário de vão de escada. É incrível pensar que, enquanto os gurus republicanos responsáveis pela implosão do sistema bancário americano, até eles, deixaram um gigante como o Lehman Brothers ir à falência, entre nós, ao primeiro sinal de perigo, o pânico tomou conta de José Sócrates e Teixeira dos Santos e, num fim-de-semana nefasto, eles decidiram acudir ao BPN, porque tiveram mais medo do contágio do que da vacina. É incrível pensar como é que o Banco de Portugal deixou, contra indícios gritantes e informações correntes na praça, crescer aquele negócio familiar 'mixuruco' até se transformar num crime sem fundo cuja pena será paga tão-só e apenas pelos contribuintes. E é incrível pensar como é que, em primeira instância, se deu a Oliveira Costa - cujo currículo se resumia a uma duvidosa gestão da Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais, sem habilitação bancária nem fortuna conhecida - licença para abrir um banco e funcionar a seu bel-prazer. E onde estavam a Fitch, a Moody's e a Standard & Poor's, quando coisas como o BPN ou o BPP actuavam no mercado como respeitáveis instituições financeiras? Será que estavam pagas por eles?
Por muito que a factura nos custe, o BPN é apenas uma gota de água num oceano de tragédia global. Com excepção da China, não há uma única economia nacional relevante que não esteja neste momento dependente das consequências das aventuras criminosas do sector financeiro. A Islândia é um bom ponto de partida: uma ilha no meio do Atlântico, com uma população igual à da cidade do Porto, uma economia próspera, um sistema social perfeito e solvente. De repente, desregulado o sistema financeiro, rapidamente a banca islandesa tinha outorgado empréstimos numa quantia equivalente a dez vezes o PIB do país e, entre outras coisas, para financiar jovens tycoonsque queriam comprar lojas de luxo em Oxford Street, em Londres. Quando os empréstimos começaram a não ser pagos, a banca islandesa ficou à beira da falência e o Estado teve de acorrer, mobilizando tudo o que tinha. A dívida pública disparou, as empresas fecharam por falta de crédito, o desemprego cresceu até aos 12%. O mesmo cenário na Irlanda (que agora teve de mobilizar os fundos das pensões de reforma dos trabalhadores para tapar os buracos da banca), e o mesmo cenário nos Estados Unidos - e daí para o mundo inteiro.
Para quem não conhece bem a história, recomendo que veja o filme "Inside Job", cuja maior contribuição é mostrar a cara de alguns dos protagonistas da urdidura - e é sempre bom ver a cara dos criminosos: explica muito do que não se consegue explicar. Resumindo, a história é esta: aproveitando a sua sublime ignorância, Ronald Reagan foi facilmente convencido a desregulamentar o mercado financeiro: se o Estado nada controlasse, explicaram-lhe, a banca funcionaria livremente, haveria crédito abundante e barato para todos e a economia prosperaria. Clinton não conseguiu ou não quis rever a libertinagem e Bush-filho, esse idiota trágico, ainda aprofundou a ribaldaria e aliviou-a de impostos. Livres de vigilância, pressionados pelos accionistas em busca de lucros rápidos e aliciados por milionários prémios de gestão, os gestores financeiros americanos entregaram-se alegremente a uma década de irresponsável bebedeira. O mais à mão que tinham era o crédito imobiliário (tal como cá...), e desataram a financiar compras de casas, emprestando 99% do seu preço a quem não tinha hipótese alguma de as pagar. Com isso, fizeram subir exponencialmente o preço das casas, criando a célebre 'bolha imobiliária', e produzindo os chamados 'activos tóxicos', sob a forma de hedge funds e 'produtos derivados' - que começaram a vender aos clientes como investimento garantido e de retorno excepcional. Para tal, contaram com a conivência das agências de rating (as mesmas que agora especulam contra a nossa dívida soberana, impondo-nos juros de 7% ou mais - a Moody's, a Fitch, a Standard & Poor's). Sem nenhum escrúpulo, as agências, que recebiam tanto mais dos bancos quanto mais valorizassem os seus 'activos tóxicos', atribuíram-lhes as cotações máximas, levando os incautos ao engano. Entretanto, os mesmos bancos que promoviam a venda dos activos tóxicos como produtos seguros perante os seus clientes, resguardavam-se inventando os CDS (credit default swaps), uma espécie de seguro contra a insolvência dos tóxicos. Ou seja, ganhavam duas vezes, roubando os seus clientes: ganhavam vendendo-lhes lixo e ganhavam apostando na sua falência. Quando, como era inevitável que acontecesse, os créditos imobiliários começaram a não ser pagos, todo o sistema desmoronou.
Milhões de americanos ficaram sem as casas que tinham começado a pagar. Milhões de aforradores, que tinham acreditado na credibilidade dos 'produtos derivados', ficaram sem as suas poupanças. Bancos de investimento e de retalho abriram falência e arrastaram as empresas que deles dependiam e estas lançaram no desemprego outros milhões de americanos. Mas, nessa altura, já os grandes accionistas e os seus gestores na banca estavam a salvo e tinham encaixado biliões de lucros roubados aos clientes e passados para as offshores. Estranhamente, com excepção de Roubini, nenhum dos gurus da economia tinha imaginado que pudesse implodir um sistema onde os lucros crescentes não correspondiam a riqueza crescente mas apenas a especulação, e que, numa economia global, uma crise desencadeada num dos seus pilares pudesse alastrar ao resto do mundo. Soube-se depois porquê: porque também a Universidade, a elite dos economistas, estava a soldo do sistema financeiro e pregava o que eles queriam. A crise do sistema financeiro americano, desencadeada por práticas especulativas e criminosas, alastrou ao mundo e criou cinquenta milhões de desempregados, dezenas de milhares de falências de empresas viáveis, e obrigou os Governos a investirem uma parte inimaginável do dinheiro dos contribuintes e das poupanças dos reformados para salvar o sistema financeiro.
Mas nada de essencial mudou. Nos Estados Unidos, onde George W. Bush, o campeão do liberalismo, teve de nacionalizar bancos para salvar os ricos com o dinheiro dos pobres, Obama não conseguiu que o Congresso, dominado pelos republicanos, lhe aprovasse legislação para recuperar esse dinheiro roubado aos contribuintes, não conseguiu que lhe permitisse voltar a tributar os grandes lucros financeiros isentados de impostos por Bush e não conseguiu sequer livrar-se de ter como reguladores do sistema financeiro alguns dos grandes criminosos que o fizeram implodir, como os 'sábios' da Goldman Sachs. E as empresas de rating, as tais que aconselhavam a comprar créditos incobráveis, continuam a aconselhar os mercados a apostarem agora na falência de Portugal e de Espanha e na morte do euro.
Antes de mais nada, esta é uma crise de valores éticos, de valores de vida em sociedade. E mal vai o mundo se não há uma geração de líderes políticos com capacidade e coragem de fazer frente a este bando de abutres que suga o trabalho, o esforço e os sonhos de tanta gente que é vítima da sua ganância sem limite. Esse é o combate inadiável, sem o qual nenhum sacrifício do presente faz sentido."
Miguel Sousa Tavares no Expresso
Comentário: Choca-me como depois da histórica crise de 2008, esteja tudo a voltar ao mesmo e estes abutres continuem a actuar impunemente. Será que não há mesmo alternativa ao capitalismo?

O mundo dos loucos

O "mundo" dos comentários online é qualquer coisa de extraordinário A demência que outrora era exlusiva do Record., agora vai-se transferindo para sites de jornais ditos mais sérios como o Público ou o Diário Económico.
Espero um dia entender o que leva as pessoas a escreverem tanta barbaridade, chegando ao cúmulo de se insultarem e trocarem ameaças.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O futebol no país de Ghandi

Confesso que até estar a ver o jogo da Índia com a Austrália, desconhecia que se praticava futebol naquele imenso país.
Surreal, o público delirar cada vez que a equipa indiana ultrapassa o meio campo. Se calha marcarem um golo, vão invadir o campo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Safa-te Jaime

É sabido que as equipas de Jaime Pacheco se distinguem pela grande capacidade física e espírito de luta. Quem não se lembra do Boavista campeão de Martelinho, Petit e Duda entre outros?
Pois bem, agora no Beijing Guan não estou a ver o que poderá acrescentar o treinador português à equipa que se sagrou campeã chinesa em 2008, já que os jogadores chineses não precisam de ninguém que lhes estimule a fazer o que melhor sabem, ou seja correr.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Suecos inspirados

Tal como o malogrado compatriota Stieg Larsson, Henning Mankell é um escritor soberbo de policiais que nos agarram até à última página. O seu último livro, "O Homem de Pequim", é simplesmente genial.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Maior



Lindo tributo a um dos meus ídolos de sempre. Lembro-me bem da enorme tristeza e incredulidade que senti no dia da sua morte, enquanto assistia à transmissão na RAI daquele maldito Grande Prémio.